Auxilio de representação, jeton e diárias custam mais de R$ 500 mil ao Coren-MA

Auxilio de representação, jeton e diárias custam mais de R$ 500 mil ao Coren-MA

Dando continuidade ao trabalho de investigação jornalística, o blog da Dalvana Mendes, publica mais um capítulo da série de matérias intitulada “Sangrando o Coração da Enfermagem”, mostrando indícios de supostos desvios das anuidades arrecadadas pelos inscritos para garantir o funcionamento do Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão (Coren-MA).

Na matéria anterior, mostramos com exclusividade, dados de um relatório preliminar de auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou um rombo de quase R$ 1 milhão nas contas da autarquia. O desvio, segundo a auditoria do TCU, ocorria por meio de pagamentos de diárias, jetons, auxílios-representação e contratos celebrados pelo Coren-MA.

Por se tratar de uma autarquia federal, o Coren não recebe qualquer repasse de verbas públicas, pois é mantido apenas com as anuidades dos profissionais da enfermagem maranhense. No entanto, as contribuições arrecadadas são gastas como verba pública, sendo necessários diversos procedimentos administrativos para efetuar qualquer aquisição de bens móveis e imóveis sob a fiscalização do TCU.

O que chamou a atenção da reportagem no relatório de auditoria foi o gasto exorbitante com pagamentos de diárias, jetons e auxílios-representação. Neste ponto, a fiscalização constatou um débito total de R$ 318.255,73, sendo que R$ 158.458,29 foram com diárias; R$ 75.575,44, com jetons e R$ 84.222,00 com auxílios-representação.

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Levantamento feito pelo blog junto ao balanço financeiro da atual diretoria do Coren que tomou posse no inicio do ano passado aponta que possíveis irregularidades praticadas na gestão da ex-presidente Célia Maria Santos Rezende teria tido continuidade nas gestões do ex-presidente Patrick Jonatha Costa Gomes, que renunciou ao mandato em setembro de 2018, após alegar problemas de saúde; e do atual presidente Jamson Silva de Oliveira Junior que o sucedeu no cargo, que antes ocupava a secretaria da entidade.

No período em que comandou a autarquia, Patrick também fez uso do benefício. Em apenas um mês, ele recebeu R$ 6.825,00 equivalente ao valor correspondente à 15 auxilio-representação que compreende de 02 a 27 de abril de 2018, conforme transferência bancária nº 112353.

Jamson Silva de Oliveira Junior, que sucedeu Patrick na presidência do Coren, também faz o dever de casa no quesito gastos exorbitantes. Ele que chegou a receber mais de R$ 5 mil de auxilio-representação quando era secretário da entidade elevou as despesas para mais de R$ 6 mil recebendo o mesmo beneficio ao se efetivar no comando da autarquia.

Cabe ressaltar que os valores acimas citados só correspondem a auxilio-representação sendo que as demais justificavas de despesas como passagens, diárias e jetons foram pagos separados.

Os dados apontam que a atual diretoria do Coren gastou mais de meio milhão somente em 2018 com o pagamento de auxílios-representação. A exorbitante despesa vem à tona justamente num período em que se debate sobre o fim do auxílio-moradia a magistrados que recebem o benefício mesmo tendo domicílio próprio nas cidades em que atuam.

Os documentos em anexo comprovam denúncias feitas por enfermeiros fiscais que afirmam que a atual diretoria do conselho “está sangrando o órgão, trazendo prejuízo irreparáveis à classe”. O blog vai seguir mostrando os indícios irregularidades envolvendo contribuições da anuidade que deveriam garantir o funcionamento da autarquia. Na próxima reportagem, vamos detalhar algumas destas justificativas de despesas com hotéis luxuosos de São Luís. O mais interessante é que alguns destes benefícios – como diárias, por exemplo –, foram pagas até mesmo por quem tem domicílio próprio na cidade de origem. Aguardem!

 

OUTRO LADO
Desde a primeira matéria sobre o tema, a reportagem do blog procura a assessoria de comunicação do Coren-MA, mas até o momento não enviou um posicionamento oficial da entidade em relação ao assunto.

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