Chapadinha fecha contratos de R$ 10 milhões com investigada por roubo de remédios no Piauí
O prefeito de Chapadinha, Magno Bacelar (PV) resolveu firmar dois contratos, por meio de licitação ‘suspeita’, com a empresa Dimensão Distribuidora de Medicamentos, para aquisição de medicamentos visando atender as necessidades do município.
Os dos contratos – um de R$ 6,9 milhões e outro de R$ 4,4 milhões – somam mais de R$ 10 milhões. O prefeito chapadinhense fez exatamente o que se espera de um gestor campeão em processos de improbidade e corrupção: contratou uma investigada por receptação, usando o dinheiro público, sem dar tempo de reação ao Ministério Público para que os contratos fossem investigados.
A Dimensão Distribuidora de Medicamentos é investigada por receptação de itens e produtos roubados de dentro da Secretaria Estadual de Saúde do Piauí. O crime do qual a empresa é acusada foi em novembro de 2011 quando a delegacia de Combate a Crimes de Ordem Tributária (Decooterc) do Piauí desencadeou uma operação, juntamente com o núcleo de inteligência da Secretaria Estadual de Fazenda daquele estado estouraram um depósito de medicamentos localizado na rua Piripiri, no bairro Pio XII, contendo medicamentos desviados da SESAPI.
A equipe investigava um depósito supostamente clandestino na zona Sul de Teresina, que revelou o desvio de remédios de dentro da própria secretaria estadual de Saúde (SESAPI). Na época, as informações eram de que os desvios chegavam a até R$ 3 milhões.
DOCUMENTO
Baixe aqui a denúncia oferecida à Justiça Federal pelo MPF
Depois que o caso foi investigado pela polícia, o Ministério Público Federal resolveu apresentar denúncia à Justiça, em setembro de 2012, contra quatro pessoas que responderão por crime de receptação no episódio do sumiço de medicamentos e até camisinhas de dentro da Secretaria Estadual de Saúde em 2011.
Para o MPF, os representantes da distribuidora Dimensão e o proprietário do depósito cometeram crime ao receberem medicamentos do Ministério da Saúde que teriam sido desviados por funcionários da SESAPI.
Naquele período, Jadyel Silva Alencar, que é titular da empresa, teria declarado à Polícia que ‘não sabia que o material que estava no depósito da empresa era desviado’. Os réus responderão na Justiça Federal. Se condenados, podem pegar pena de até oito anos de reclusão.
O extrato do contrato foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE). As duas propostas foram assinadas pelo secretário Municipal de Saúde, Mozart Wilson Bacelar Júnior.