‘Sou o maior interessado na reunião com Lula’, diz ministro Juscelino Filho
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, disse ao GLOBO nesta sexta-feira que é “o maior interessado” em reunião marcada para segunda-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro servirá para que ele preste esclarecimentos sobre denúncias de desvio de conduta à frente da pasta.
Do exterior, Juscelino Filho disse que tem direito à presunção da inocência, como ressaltou o seu colega, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Padilha saiu em defesa de Juscelino, enquanto a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, pediu o seu afastamento do indicado do União Brasil ao cargo.
— Assim que chegar em Brasília irei procurar o presidente Lula para esclarecer todos os fatos. Eu sou o maior interessado nessa reunião, porque quero deixar claro que não fiz nada de errado, e que as denúncias são infundadas. Entendo o papel da imprensa, mas até minha família foi atacada nesses últimos dias — disse Juscelino.
No governo, a situação do ministro ficou complicada após a publicação de uma série de reportagens do “Estado de S. Paulo”. Juscelino Filho utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar a São Paulo, onde participou de leilões de cavalo — ele também recebeu diárias relativas ao período, embora só tenha cumprido duas horas de agendas relativas ao cargo no estado.
— Não houve qualquer irregularidade nas viagens, está tudo documentado. Então eu agradeço ao presidente Lula a oportunidade de ser ouvido com isenção e serenidade. E, como disse o ministro Padilha, tenho direito à presunção de inocência — disse o ministro das Comunicações.
Mais cedo, Padilha disse ao GLOBO que já houve casos “injustos” de pré-julgamento, inclusive com integrantes do Partido dos Trabalhadores.
— Como disse o presidente Lula, todos os ministros e ministras, independentemente do partido, têm direito a presunção de inocência. O que se espera de todos eles é que tenha espaço para sua defesa. E tenho certeza que o farão, sem pré-julgamentos. Já vi muita gente ser afastada por pré-julgamentos injustos, inclusive companheiros do PT — disse o colega de Juscelino. (O Globo)