Declarações de Lula Filho expõe racha na base do governo na Câmara
As tuitadas do secretário Municipal de Governo, Lula Fylho, publicadas nas redes sociais, na tarde de ontem, com insinuações contra o vereador Honorato Fernandes (PT) e o presidente da Câmara, Astro de Ogum (PR), expôs ainda mais o racha na base do governo Edivaldo Júnior (PDT) na Casa de Leis.
O clima esquentou ainda mais nos bastidores, depois do encontro com vereadores a portas fechada, nessa terça-feira (04), na sala de reuniões do Palácio Pedro Neiva de Santana, com o secretário Municipal da Fazenda, Délcio Rodrigues, que foi ‘convidado’ pela Casa para explicar as “baixas-indevidas” de débitos tributários de empresas ligadas a Lula Filho.
Para se defender das acusações, Lula resolveu usar o twitter e faz algumas insinuações, supostamente dirigidas a integrantes do Parlamento municipal, o que motivou um bate-boca entre vereadores da base do governo, na sessão desta quarta-feira (05).
– Me impressiona o cara que escala um ‘morro’ e pensa que escalou o ‘Everest’. Aí ainda com soberba. E ainda se diz aliado – declarou Lula em mensagens, que segundo informações, teriam sido dirigidas a Honorato.
Em seguida, o secretário de Governo da Prefeitura fez mais uma tuitada, desta vez, dirigida ao presidente Astro de Ogum.
– Último recado com endereço certo. Nem meu pai faz eu pedir desculpas pra coisa que nunca falei e a pessoa ajudou a inventar. Tenta outra – concluiu o secretário.
Por conta das declarações polêmicas do principal secretário de Edivaldo, os vereadores Beto Castro (PROS) e Honorato Fernandes (PT), trocaram insultos e graves acusações no Plenário Simão Estácio da Silveira. A confusão gerou uma repercussão nas redes sociais e em grupos de aplicativos de troca de mensagens.
O clima começou a esquentar quando, Honorato fez um pronunciamento para cobrar respeito com a Casa, afirmando que os poderes são independentes e devem atuar de forma harmônica entre si. Para o petista, essa regra precisa ser cumprida para evitar essa falta de respeito.
– Os poderes são independentes, mas devem atuar de forma harmônica entre si. Essa regra precisa ser cumprida para evitar essa falta de respeito. Aqui nós temos um papel a cumprir. Desde o início sempre disse que não posso me omitir da responsabilidade, mas tenho feito isso sem personalizar ninguém. Por tanto, o que não posso aceitar é que se refiram a membros desta Casa com indiretas e insinuações, pois eu considero isso uma falta de respeito – reagiu o petista que recebeu o apoio e elogios de vários colegas como Antônio Marcos Silva, o Marquinhos (DEM); Fátima Araújo (PCdoB), Josué Pinheiro (PSDB), Genival Alves (PRTB) e Aldir Júnior (PR).
Beto Castro, que fez questão de dizer que é aliado pessoal do secretário Lula Filho, não concordou com algumas colocações do colega e reagiu dando início ao bate-boca entre os dois.
– Eu não aceito isso. Vossa excelência fica falando mal do Lula, fica falando mal de todo mundo nesta Casa e quer posar de santo. Isso é covardia e eu não aceito. Se queremos respeito, temos que nos dá respeito – rebateu.
A partir daí, o clima entre os dois esquenta, com uma série de acusações entre si. Beto ´foi acusado por Honorato de se ser leva e traz e, assim desencadeando um conflito, que explodiu nesta manhã durante a sessão, que teve que ser interrompida pelo presidente em exercício, Ricardo Diniz (PCdoB).
Beto se defendeu chamando Honorato de bandido. O petista então rebateu afirmando que o colega tem comportamento de “rato” e “fuxiqueiro”.
– Você é um bandido, diz Beto Castro.
– Vossa excelência é um covarde, rebate Honorato.
– Puxa as tuas contas. Mostra o teu patrimônio para comparar com o teu salário. Tu recebeu R$ 1 milhão e porrada aí, rapá [sic]. Passou perna em todo mundo com essas emendas aí. Tu sabe do que eu tô falando [sic], declara Beto Castro.
– Prove, contesta Honorato.
– Provo pelo teu instituto. Tu sobe naquela tribuna para dizer que é santo. E fale na minha frente, porque homem faz é assim. Olha no olho e fala. Tu é bandido, rapá. Lava dinheiro com emenda e vem com conversa pra cá rapá [sic], finalizou Beto Castro.
DECLARAÇÕES POLÊMICAS
Não é a primeira vez que declarações de Lula Filho motivam discussões nos bastidores da Câmara. Em junho, durante um encontro com a secretária de Saúde, Helena Dualibe, na sala de reunião do Palácio Pedro Neiva de Santana, sede do legislativo municipal, Lula Filho voltou a protagonizar mais uma polêmica, depois que o vereador Antônio Marcos Silva, o Marquinhos (DEM), pediu medidas do poder público municipal para evitar um colapso na saúde da capital maranhense. Insatisfeito com a declaração do aliado, o secretário Lula disse que a única solução seria Marquinhos destinar os R$ 2 milhões de suas emendas do São João para o setor visando impedir os cortes.
O clima que já estava tenso, se agravou quando o secretário de Edivaldo chegou a dizer, segundo as informações, que os parlamentares “oportunistas”, que detêm cargos na administração municipal, só sabiam ser “pedintes”. As declarações foram dirigidas diretamente ao vereador Ricardo Diniz (PCdoB). Quando o assunto ganhou destaque na imprensa, Lula passou a negar, mas tanto Marquinhos quanto Ricardo Diniz, alvos do secretário, também não desmentiram as informações.
Uma semana depois da repercussão desse assunto, Filho voltou a aloprar mais uma vez só que com palavras dirigidas a integrantes da oposição. A confusão teria ocorrido em um jantar da conspiração, onde um grupo de vereadores estavam reunidos para montar estratégia que pudesse inviabilizar uma possível reeleição do presidente Astro de Ogum, caso fosse confirmada a possibilidade dele não disputar o cargo de deputado. Num dado momento, alguém perguntou se o grupo poderia contar com votos de colegas da oposição. Foi aí que Lula aproveitou para emendar: “A oposição junta não cabe numa Kombi fabricada nos anos 1970!” – disparou. “Lá dentro, com um calor terrível, ainda ficam sobrando três cadeiras vazias!” – contou nos dedos.
LULA REINCIDENTE
Não é a primeira, segunda, nem a terceira vez que o secretário Lula Filho faz insinuações gravíssimas contra representantes do parlamento ludovicense. Em maio deste ano, o alvo foi o próprio presidente Astro de Ogum (PR). A confusão ocorreu durante reunião entre o secretário com um grupo de brincantes que cobrava da prefeitura o pagamento do São João de 2016.
Num dado momento, Lula teria declarado que o recurso já estava disponível, mas primeiro estava sendo usado para pagar o Arraial realizado por Astro de Ogum anualmente na região externa da Batuque Brasil. Desde então o clima entre eles não é dos melhores.
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