Janot aponta Waldir Maranhão como lobista em fraude em fundos de previdência
Folha de São Paulo
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou em petição enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) que há indícios de que o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA) e outros parlamentares “faziam o papel de ‘lobistas’ do esquema” envolvendo fraudes nos fundos de previdência de servidores municipais.
A petição é de maio e anexada ao inquérito que investiga Maranhão no STF. A relatoria é do ministro Marco Aurélio Mello, que no dia 27 de junho decidiu, também a pedido da Procuradoria, pela quebra de sigilo bancário do deputado. A determinação confirma que o parlamentar foi citado em depoimento de delação premiada. O conteúdo, porém, segue em segredo de Justiça.
A Procuradoria afirmou na petição que Maranhão, assim como outros parlamentares também envolvidos no caso, eram responsáveis “o agenciamento de prefeitos para que estes se encontrassem” com Fayed Antoine Traboulsi, doleiro de Brasília.
O órgão apontou irregularidades em fundos de previdência relacionados a institutos de de Campo Grande (MS) e Aparecida de Goiânia (GO), “cujos prefeitos foram levados ao encontro de Fayed por intermédio de Waldir Maranhão”. A Polícia Federal estima que mais de R$ 50 foram desviados pela esquema.
A PGR analisou ligações ligações interceptadas pela PF em 2013. O contato mostrou prefeitos e fundos da previdência sendo convencidos a investirem em papéis de valor superestimado, que trariam prejuízo, mas que em seguida seriam recompensados com “vantagens indevidas”.
Para a Folha, o advogado de Maranhão, Michel Saliba, disse que seu cliente “nega peremptoriamente as ilações da Procuradoria”. Disse, ainda, que mesmo que o deputado tenha se encontrado com Traboulsi, “não configuraria nenhum delito”.
Aliado de Temer intensifica pressão contra Waldir Maranhão
O PSD, um dos partidos que integram o “centrão”, bloco de apoio ao governo do presidente em exercício, Michel Temer, promete intensificar a pressão contra o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). O PSD tem um representante no governo Temer. Gilberto Kassab comanda o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
O líder da legenda, Rogério Rosso (DF), pretende protocolar projeto de resolução que pede a suspensão das atribuições de Maranhão como Presidente interino e indicando a segunda vice-presidência, ocupada pelo deputado Giacobo (PR-PR) para a interinidade do comando da Câmara dos Deputados. O parlamentar já presidiu sessão na semana passada.
Ele também vai apresentar nesta semana um conjunto de ofícios e proposições ainda a respeito da já revogada decisão de Maranhão de anular a votação do impeachment na Câmara. Rosso presidiu a comissão especial que elaborou e aprovou parecer favorável à abertura do processo contra Dilma.
Waldir Maranhão tem irmãs e aliados na Secid
Tido na Câmara dos Deputados como um representante do chamado baixo clero, o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), conseguiu montar um feudo no Maranhão. Dados levantados pelo GLOBO mostram que o parlamentar tem sob seu controle uma das principais pastas do governo do Maranhão: a Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid).
Na relação de servidores da secretaria, segundo relatório de prestação de contas enviado no início deste ano ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), aparecem duas irmãs do parlamentar: Nery e Eny de Jesus Maranhão Cardoso — a primeira chefe de Serviços de Contratos e Convênios e a outra, assessora especial.
A mesma lista ainda tem outros seis funcionários que foram doadores da campanha do deputado nas eleições de 2010 ou de 2014. Maranhão ganhou fama ao suspender a sessão que aprovou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e, em menos de 12 horas, voltar atrás. Hoje ele enfrenta forte pressão para deixar a presidência da Casa, inclusive do grupo de Eduardo Cunha, presidente afastado e seu aliado.
Waldir Maranhão anula votação do impeachment na Câmara
O presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), divulgou nesta segunda-feira (9) decisão que tenta anular a sessão que aprovou a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, realizada na Casa no dia 17 de abril. Ele acolheu pedido feito pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. (leia ao final da reportagem a íntegra da decisão de Maranhão)
Waldir Maranhão substitui Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara desde a semana passada, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu afastar o peemedebista do comando da casa legislativa. O deputado do PP votou contra a continuidade do processo de impeachment na Câmara, descumprindo decisão de seu partido, que havia fechado questão a favor do afastamento da presidente.
O recurso foi protocolado pela AGU no dia 25 de abril. Segundo o primeiro-secretário da mesa diretora da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), o pedido foi entregue fora do prazo, quando o processo já havia sido enviado ao Senado. Por isso, havia sido desconsiderado pela mesa.
Waldir Maranhão vai à Justiça para retomar comando do PP
O deputado federal Waldir Maranhão entrou com uma ação na Justiça estadual pedindo a destituição do deputado André Fufuca, atual presidente estadual do partido, e sua consequente recondução ao posto.
No processo, Waldir alega que a sua queda ocorreu em afronta “ao princípio do contraditório e da ampla defesa”.
Maranhão perdeu o controle do PP depois de mudar de voto em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT)
Waldir Maranhão limita investigação sobre Cunha no Conselho de Ética
O vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu nesta terça-feira (19) limitar a investigação no Conselho de Ética sobre o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com isso, o peemedebista não poderá ser investigado sobre as acusações de que teria recebido propina, conforme relato de delatores da operação Lava Jato.
Na decisão, Waldir Maranhão determina que o foco da apuração no colegiado fique somente sobre a suspeita de que Cunha teria contas bancárias secretas no exterior e de que teria mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras. Cunha sempre negou ser o titular dessas contas, e diz ser apenas o beneficiário de fundos geridos por trustes.
Ao decidir pela limitação da investigação, Maranhão acatou uma questão de ordem apresentada por um dos aliados de Cunha no conselho, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS).
Com informações do G1