Tiago Bardal

Edilázio anuncia pedido para federalização de investigações sobre espionagem no MA

Edilázio anuncia pedido para federalização de investigações sobre espionagem no MA

deputado federal Edilázio Júnior

O deputado federal Edilázio Júnior (PSD) apontou gravidade das acusações dos delegados de Polícia Civil, Tiago Bardal e Ney Anderson, contra o secretário de Estado da Segurança Pública, Jefferson Portela (PCdoB) em oitiva realizada ontem na Câmara Federal, e anunciou que pedirá a federalização das investigações.

Bardal e Ney Anderson foram ouvidos pela Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado e reafirmaram as denúncias de determinação de investigações clandestinas da SSP contra desembargadores do Tribunal de Justiça, familiares e assessores dos magistrados, além de lideranças políticas do estado.

Todos nós estávamos ansiosos sobre o depoimento dos delegados, puderam esclarecer e tirar várias dúvidas.  E eles mostraram muita firmeza, foram contundentes. Falaram nomes de operações, nomes de pessoas que foram investigadas e cabe agora ao secretário de Segurança pedir voluntariamente a auditoria no Sistema Guardião ou aguardar o que vou fazer aqui na Câmara e no Senado, que é pedir a federalização das investigações, para que possamos saber quem está faltando com a verdade, se são os delegados e ou se é o secretário de Segurança Pública do estado do Maranhão”, disse.

Na oitiva aos delegados, Edilázio elaborou perguntas e pediu explicações dos delegados a respeito de como se davam as supostas intervenções da cúpula da SSP em investigações clandestinas contra magistrados e políticos.

Ele mostrou preocupação com o caso, alertou a necessidade de a Polícia Federal realizar uma investigação isenta do caso e cobrou respostas do Governo.

Bardal participou da oitiva por meio de videoconferência, da sede da PF, em São Luís. Já Ney Anderson foi ouvido de forma presencial.

Jefferson Portela confirma participação de mais agentes envolvidos em crimes de contrabando

Jefferson Portela confirma participação de mais agentes envolvidos em crimes de contrabando

Segundo informações divulgadas pelo jornal O Imparcial nesta quinta-feira (01), Jefferson Portela afirmou já ter “certeza do envolvimento de agentes públicos nos crimes praticados pela organização criminosa presa no povoado Arraial, no distrito de Quebra-Pote”. A declaração foi feita após o interrogatório do advogado Ricardo Jefferson Muniz Bello, que estava no carro do delegado Tiago Bardal na noite da operação.

Segundo a SSP, o advogado contou uma versão diferente de Bardal durante o interrogatório realizado por quatro delegados e três promotores de justiça por quase quatro horas. Ricardo teria dito que eles estavam no local para falar com um cliente de alta periculosidade sobre drogas, mas por medidas de segurança o nome do cliente não pôde ser revelado.

A SSP também informou acreditar que o advogado possui ligações com um dos chefes da quadrilha, e que era essencial identificar quem estava com Bardal no carro na noite da operação.

Entenda

Nas últimas duas semanas, a Polícia Militar do Maranhão e o Secretário de Segurança Pública (SSP) Jefferson Portela comandaram uma operação que desarticulou um grupo suspeito de contrabando de armamento, bebidas e cigarros, prendeu dez militares suspeitos de formação de milícia e ainda resultou na exoneração do Delegado Tiago Bardal, na época titular da Superintendência Especial de Investigações Criminais (Seic), suspeito de participação da quadrilha e encontrado transitando pela região da operação.

Delegado Tiago Bardal é exonerado da Seic após operação da polícia

Delegado Tiago Bardal é exonerado da Seic após operação da polícia

Suspeito de integrar uma grande organização criminosa no Maranhão, o delegado Tiago Bardal, então titular da Superintendência Especial de Investigações Criminais (Seic), foi exonerado do cargo, conforme anúncio dado pelo secretário estadual de Segurança Pública, Jefferson Portela, durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (22).

Segundo as investigações, o grupo preso pela polícia estaria transportando e fazendo segurança de mercadoria contrabandeada, como drogas, armas e munições oriundas do Suriname em um sítio na localidade Arraial, no bairro Quebra Pote. Bardal foi encontrado transitando em um carro pelos arredores do local onde a operação seria realizada.

Além de alegar que estava circulando pela área a trabalho, nenhum indício das ilegalidades foi encontrado em seu carro, o que ocasionou a liberação do delegado. Até o fechamento desta matéria, Tiago Bardal estava aguardando ser notificado para prestar esclarecimento à polícia.

Se manifestando sobre o caso, a Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Maranhão (ADEPOL MA) emitiu uma nota na noite desta quinta (22) que informava que “lamentavelmente seu envolvimento [de Bardal] foi dado como certo em graves delitos que ainda estão sendo apurados” e que acompanhará os resultados das investigações.

A AÇÃO

A operação articulada foi iniciada na noite de quarta-feira (21) pelo Secretário de Segurança Pública (SSP), Jefferson Portela e pelo comandante geral da Polícia Militar no Maranhão, o coronel Frederico Pereira, e prendeu dez militares suspeitos de formação de milícia, entre eles três policiais militares e sete policiais civis. No local, foi encontrada uma quantidade grande de armamento, várias caixas de bebidas destiladas e cigarros. Os policiais presos foram encaminhados para a Superintendência Estadual de Prevenção e Combate a Corrupção (SECCOR), localizada no São Francisco.