Atraso na Fiol II na Bahia pode afetar Porto do Itaqui, diz TCU
O corredor ferroviário Fiol, em fase de estruturação pelo governo federal, prevê ligar Tocantins, Goiás, Bahia e Maranhão à malha ferroviária nacional.

O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou atraso significativo nas obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol II), no trecho Caetité–Barreiras (BA), Lote 5F. O relatório do Fiscobras 2025 alerta que o problema pode impactar diretamente a integração logística com o Porto do Itaqui, no Maranhão, um dos principais corredores de exportação do país
Risco para o escoamento pelo Maranhão
O corredor ferroviário Fiol, em fase de estruturação pelo governo federal, prevê ligar Tocantins, Goiás, Bahia e Maranhão à malha ferroviária nacional. O objetivo é permitir que grãos e minério de ferro sejam escoados tanto pelo Porto Sul, em Ilhéus (BA), quanto pelo Porto do Itaqui (MA) – fundamental para a exportação de soja, milho e minérios do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Segundo o TCU, o atraso no Lote 5F pode comprometer esse cronograma. “O não cumprimento das etapas previstas pode afetar a futura subconcessão da ferrovia e reduzir o interesse de investidores”, aponta o relatório
Situação das obras
O contrato de R$ 365 milhões, firmado entre a estatal Infra S.A. e a TCE Engenharia, previa início das obras em novembro de 2024;
Até março de 2025, apenas 3% havia sido executado;
Os projetos executivos foram reprovados diversas vezes por falhas técnicas;
A construtora enfrenta dificuldades financeiras, com falta de insumos e atrasos em pagamentos a fornecedores.
“As atividades foram afetadas com baixa ou nenhuma produção, devido a problemas operacionais, financeiros e administrativos da construtora”, registrou a Infra S.A. em diário de obras.
Maranhão como ponto estratégico
O Porto do Itaqui, em São Luís, é considerado estratégico para o agronegócio e para a mineração no interior do país. Com a integração da Fiol II à Ferrovia Norte-Sul, o Maranhão se consolidaria como porta de saída de grãos e minério para o mercado internacional.
No entanto, o atraso identificado pode retardar esse processo. “Mesmo que outros trechos sejam concluídos, a não finalização do Lote 5F compromete a plena funcionalidade e os benefícios logísticos esperados do corredor”, alertou o TCU.