Polícia Civil investiga novas denúncias contra o delegado Tiago Felippin
A Polícia Civil investiga novas denúncias contra o delegado Tiago Felippini, preso há 15 dias por suspeita de corrupção e formação de quadrilha em Açailândia, a 600 km de São Luís. De acordo com as novas acusações, o delegado é suspeito de coagir açougueiros, comerciantes e vaqueiros do município obrigando-os a vender e comprar carne para um único frigorifico.
As denúncias foram feitas inicialmente na Secretaria do Meio Ambiente da Açailândia e em seguida foram encaminhadas para a 9ª Delegacia Regional de Açailândia, que abriu inquérito sobre o caso. Em todos os dez depoimentos colhidos, os denunciantes afirmam que eram obrigados e ameaçados a comprar carne de apenas um frigorifico. De acordo com os relatos, Tiago era sempre visto em dias de matança e estaria fazendo uma espécie de escolta particular usando carros da Polícia Civil para os proprietários dos frigoríficos.
Segundo um açougueiro, que não quis se identificar, afirma que o delegado fazia fiscalizações frequentes no mercado municipal exigindo notas fiscais das mercadorias. “Tiveram uns que foi pego e foram subordinados e tiveram a mercadoria levada porque ele estava matando na moita. Todo mundo tinha que matar em um matadouro particular, pagando um preço alto e então não tem como você baixar a carne para vender por um preço mais barato porque a despesa é alta”, conta.
Foram presos além do delegado titular, uma escrivã, um agente da Polícia Civil, um ex carcereiro, além de um advogado, que não tiveram seus nomes divulgados. Enquanto os servidores não forem substituídos, o 1º distrito policial de Açailândia, deve permanecer fechado.
Segundo Camila Gaspar, promotora de justiça responsável por encaminhar o primeiro inquérito a polícia, as denúncias podem resultar em novas ações penais que podem dificultar a revogação das prisões do delegado e da equipe da Polícia Civil mantidos na custódia.
“Doutor Ronaldo Maciel, que é juiz da 1ª vara criminal, deve ter ponderado muito todos os fatos narrados e todas as provas aproveitadas e apresentadas. Se ele decretou [a prisão] é porque ele ficou bastante convencido da necessidade da medida. Agora nós sabemos que tem outra possibilidade de outra instância rever, que é o segundo grau do judiciário, a gente sabe que ninguém está livre disso”, explica.
Camila afirma que o Ministério Público já solicitou para a Secretaria de Segurança Pública do estado a lotação de novos servidores para que a delegacia seja reaberta o mais rápido possível. “Eu estive com o Secretário de Segurança, junto com o meu Procurador-Geral, eu conversei com o procurador, sobre essa situação e ele pediu uma reunião com o secretário de segurança. Nós estivemos na procuradoria geral e ele se comprometeu de lotar uma equipe urgentemente em Açailândia”, finalizou.