Em depoimento à CPI dos Combustíveis, empresária afirma que foi ‘laranja’ de postos usados para lavagem de dinheiro
A empresária Rafaely de Jesus Souza Carvalho afirmou em depoimento à CPI dos Combustíveis, nesta quarta-feira (30), na Assembleia Legislativa, que a pedido do empresário Josival Cavalcante da Silva, também conhecido como “Pacovan”, registrou em seu nome algumas empresas – da rede de posto Joyce – que na verdade pertenciam a Pacovan.
“Eu comecei em 2016, trabalhando com postos e no final de 2019, eu passei tudo para o senhor Pacovan. Ele sempre que administrou essas empresas e acho que a pessoa mais adequada para estar aqui hoje para esclarecer tudo era ele”, declarou, conforme vídeo em anexo.
Durante a oitiva, Rafaely também revelou que Pacovan costumava participar de reuniões no Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão (Sindcombustiveis-MA), mas nunca era informada do que era tratado nesses encontros. “Eu não era informada sobre muitas coisas”, revelou.
A revelação da reunião no Sindcombustiveis-MA, por si só não comprova o crime, mas foi com base em depoimentos semelhantes que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apontou a entidade como responsável de liderar um suposto esquema de cartelque atuou em São Luís, de fevereiro a maio de 2011.
Teia da corrupção
Com base no depoimento da empresária, a CPI dos Combustíveis aprovou, por unanimidade, a convocação do empresário Josival Cavalcante da Silva, o Pavocan. A oitiva está marcada para a próxima terça-feira (6). Ele será ouvido na condição de testemunha.
Levantamento do blog junto ao JurisConsult – sistema de consulta processual que permite o acompanhamento on-line do andamento de processos no judiciário maranhense, aponta que Rafaely e o próprio Pacovan estão entre as 22 pessoas condenadas em janeiro deste ano por crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa no Maranhão.
Segundo os autos, investigações que tiveram início em 2015, demonstraram a existência de movimentações atípicas praticadas pela organização criminosa desde o ano de 2012. Interceptações telefônicas realizadas até 2017 apontaram a existência das condutas praticadas pelos membros do grupo, por meio de postos de combustíveis na capital e no interior do estado.
Pacovan é apontado como proprietário do posto Joyce VII, que tem Rafaely de Jesus Souza Carvalho como dona no papel.
Em depoimento hoje, a empresária confirmou que não tem qualquer controle sobre o empreendimento ao ser questionada sobre processos de compra e venda de combustíveis pelo posto em seu nome.
Segundo documentos de posse da CPI, apesar de haver comprado pouco combustível, o posto efetuou venda de grandes quantidades em janeiro, período pesquisado. Ou seja, um indicio de irregularidade que pode revelar uma teia de corrupção que pode trazer à tona muitos outros fatos.
Veja o depoimento da empresária:
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