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Índios Gamela também tinham armas de fogo em confronto com agricultores

Índios Gamela também tinham armas de fogo em confronto com agricultores

Jorge Pacheco, delegado regional de Polícia Civil de Viana (MA)  afirmou ontem (4), em entrevista ao jornalista Alex Barbosa, da TV Mirante, que as primeiras informações apuradas pelos investigadores apontam que os supostos índios Gamela também portavam armas de fogo no confronto com agricultores no último fim de semana (reveja).

“As primeiras informações dão conta disso, de que houve agressões de parte a parte e as duas partes estavam armadas com armas de fogo, sim”, destacou.

Esse é mais um dado que contrapõe a versão inicial do caso, publicizada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Segundo as duas entidades, “índios” teriam sido “massacrados” (este foi o termo) por “fazendeiros” – um das vítimas teria tido a mão decepada, ainda de acordo com essa versão.

Os “fazendeiros”, na verdade, são pequenos agricultores, não houve decepamento e, agora, sabe-se também que “massacre”, na verdade, foi um confronto aberto, com armas de fogo disparadas de lado a lado.

Presidente da Funai é exonerado em meio aos conflitos indígenas

Presidente da Funai é exonerado em meio aos conflitos indígenas

Foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (5) a exoneração de Antônio Fernandes Toninho Costa, do cargo de presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai). Toninho Costa assumiu o cargo em setembro do ano passado. A exoneração ocorre em meio a conflitos entre índios da etnia Gamela e fazendeiros, no Maranhão.

Além disso, o órgão indigenista foi criticado recentemente pelo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, por sua lentidão na condução de processos de demarcação de terras indígenas. No último dia 3, Serraglio cogitou fazer um mutirão para “identificar os processos que estão muito lentos, amarrados e até dificultados”, disse o ministro durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.

Na oportunidade, o ministro foi perguntado sobre se pretendia demitir o então presidente da Funai. “Nós vivemos em uma coalizão. Nela, se identifica eventuais pessoas de confiança. Nós construímos essa coalizão por meio de uma partilha com os diversos partidos. Assim também ocorre com a Funai. Então não é o ministro da Justiça quem vai decidir em relação ao presidente da Funai. Claro que vai ser o ministro quem vai identificar a proficiência e a qualificação possível. Isso se houver troca de presidente”, disse Serraglio.

Maranhão

Serraglio disse  que está em contato com a Polícia Federal (PF), para se manter informado sobre o ataque aos índios Gamela. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), pelo menos 13 índios foram feridos por facadas, pauladas e tiros. “O que posso afirmar é que, desde o primeiro momento, entrei em contato com a PF para pedir participação, investigação e proteção da polícia [aos índios]. Devo ter falado mais de dez vezes com o delegado para me informar sobre o que estava acontecendo”, disse o ministro.

Gamela: MPF pede à PF que dê segurança aos índios atacados em Viana

Gamela: MPF pede à PF que dê segurança aos índios atacados em Viana

O Ministério Público Federal do Maranhão (MPF/MA) pediu à Polícia Federal (PF) e à Secretaria de Segurança Pública (SSP) que a polícia seja enviada para a região do conflito entre indígenas e fazendeiros. Em nota, o órgão diz que o ataque ocorreu “após incitação de ódio contra os indígenas”, com “intermédio de emissoras de rádio”.(saiba mais)

Os federais atuarão em parceria com as polícias Civil e Militar para a elucidação do caso.

“Foram enviadas duas equipes de policiais federais, que atuarão em parceria com a Polícia Civil e Polícia Militar do Maranhão. Serão realizadas investigações, e trabalho de inteligência na região para fins de elucidação do ocorrido”, diz o comunicado.

Segundo o líder da comunidade, Kaw Gamela, os índios da etnia prometem resistir e lutar pacificamente pelas terras. “É uma luta que vem de geração pra geração. Nós somos um povo guerreiro. O povo indígena sempre foi um povo que resistiu à discriminação. E a gente tem certeza que a tarefa não vai ser fácil, mas a gente tá preparado para lutar” afirmou.

Índios Gamela reividicam 14 mil hectares de terras no Maranhão

Índios Gamela reividicam 14 mil hectares de terras no Maranhão

Os índios da etnia Gamela reivindicam a posse de mais 14 mil hectares no interior do Maranhão.

A área que passa pelos municípios de Viana, Matinha e Penalva atualmente é ocupada por fazendeiros e sitiantes. O conflito entre índios e proprietários de terra ganhou força em 2013.

Em dezembro de 2015, os gamelas ocuparam duas fazendas e um sítio às margens da MA-014, entre Viana (MA), Matinha (MA) e Penalva (MA). Proprietários de terra, moradores e representantes políticos chegam a tratar os representantes da etnia gamela como “supostos indígenas”. De acordo com o CIMI, nos anos 50 o povo gamela chegou a ser considerado extinto pelo Estado brasileiro.

O povo gamela reivindicou junto a Fundação Nacional do Índio (Funai) a posse do território. O coordenador da Funai, Daniel de Carvalho, afirmou, em 2015, que todo o processo de reivindicação de um povo por algum território tem que passar por um estudo antropológico.