“Cerca Lourenço”

“Cerca Lourenço”

Astrogildo Pequeno

Há quem diga que a história sempre se repete.
E nessa estória, acabam por fazer exercícios de leitura do futuro sob a ótica do passado. Digo isso de tanto ouvir os prognósticos para as eleições de 2018, como sendo uma repetição de eleições passadas. Mas muita coisa me diz que a próxima eleição para o Governo, Senado, Assembleia e Câmara Federal será bem diferente do ocorrido nas últimas. Os deputados que o digam, afinal, quer seja por causa da atual legislação – restringindo o financiamento de campanha-, ou pela crise econômica, uma realidade se impõe: a lisura geral dos candidatos.

Mas nesse aspecto também teremos exceção, posto que um ou outro candidato ainda tem no dinheiro o seu maior argumento. Ainda assim, impressiona que, numa época histórica de escândalos de corrupção nunca dantes vista, com prisões à torto e à direito, esses uns e outros insistem em acreditar no dinheiro como razão mais forte de persuasão eleitoral. A velha e conhecida compra de votos, no varejo (direto com o eleitor) ou no atacado (comprando o apoio de líder político).

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Acredite quem quiser, alguns poucos pré-candidatos a deputado já se movimentam, há um ano do processo eletivo, tendo como plataforma eleitoral única a força do dinheiro. É a manutenção da também velha e perniciosa lógica: gasta milhões para se eleger e, depois de eleito, usa do cargo para o retorno do “ investimento”. E, nesse particular, um em especial se destaca.

Longe de extinção, os Lourenço candidatos já assediam ex-prefeitos, candidatos a prefeito derrotados ou líderes municipais distribuindo mensalões e promessas de altas somas para o período eleitoral. Num período de dinheiro minguado, as lideranças – lisas e de pouca substância moral – agradecem enquanto a lei é rasgada e a democracia sofre.

Não é de hoje que se conhece um velho ditado: ficar de “cerca Lourenço”, significando ficar de “enrolação”, de “malandragem”. No presente instante, os adversários desses candidatos esbanjando dinheiro tem que, literalmente, cercar o Lourenço, pois esse homem pode até enrolar, mas que o vil metal tem corrido frouxo, isso tem.

Então, ou cercam Lourenço ou a vaca vai pro Brejo. Pra Brejo, pra Mirador, pra Caxias, pra Lago Pedra, pra Miranda, etc.
Que o tempo confirme.

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